Desde a gravidez sempre mantive a opinião de que chupeta não faz bem pro bebê. Tenho aflição daquelas crianças com a boca tampada com chupeta. Quando fui pra maternidade para ter o Henri, deixei bem claro em nosso plano de parto que eu não admitiria o uso de chupeta no berçário. Hoje ainda mantenho a mesma opinião e quase com 3 meses ele não faz uso desse adereço de silicone e eu me orgulho muito por isso. Muitas pessoas me questionam, dizendo seria bom pra ele, que acalma, pra evitar ele chupar o dedo, que de noite auxilia pra dormir, que quando ele for pra escolinha vai pegar a das outras crianças. Bem, em meio a tantos questionamentos, me mantenho firme. "NÃO VOU DAR CHUPETA PARA O HENRI". Assim como não dei chá, não dei água, e como só vou alimenta - lo com o meu leite materno até os 2 anos se Deus permitir e também que somente vou inserir alimentos sólidos com a autorização do pediatra dele. Nao estou jugando as outras mães, mas cada mãe sabe o que é melhor para o seu bebê. E de fato, eu conheço o Henri mais do que ninguém. Ele está em fase de descoberta, faz sucção dos lábios, enfia a mão inteira na boca e as vezes tenta colocar as duas. Ama seus mordedores, usa babador porque com a descoberta da boca a salivação aumenta. Ama escovar a banguela ou melhor, a gengiva (risos). E gente! Não tem nada mais lindo do que a boca do meu filho! Livre e desimpedida para seus sorrisos e conversas. Pra quem me conhece sabe que amo artigos e fundamentos de pesquisa e de acordo com o Departamento de Pediatria Ambulatorial e Departamento de Aleitamento Materno da SBP: 1 - Inúmeros estudos mostram que a chupeta está sempre associada com um tempo menor de duração do Aleitamento Materno e que a mesma acaba por ser um indicador de dificuldades da amamentação. Este fato acabou sendo decisivo para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) optassem como recomendação oficial de não utilizar bicos e chupetas desde o nascimento, pois o tempo de duração do aleitamento materno influi diretamente na saúde do bebê e da mãe, quanto mais tempo amamentar, mais saúde para ambos. Esta orientação é compartilhada pelo Ministério da Saúde. 2 - Com relação a acalmar, temos uma linha de psicólogos que discordam desta forma de acalmar, pois temos inúmeras maneiras de acalmar um bebê (carinho, colo, cantar, amamentar, etc.) sem a necessidade de utilização de um artifício que traz malefícios para a saúde do bebê. Orientam ainda que quando uma criança começa a introduzir o dedo na boca, temos que dar uma função para as mãos, desta forma, entrega-se brinquedos adequados para a idade para que a distração seja direcionada em outro sentido. Claro que a criança poderá levar este brinquedo à boca (mordedores, por exemplo), mas isto não leva a vícios. Portanto não “vicia” em chupeta e nem no dedo. 3 - Outros estudos apresentam efeitos prejudiciais do uso da chupeta com relação à oclusão dentária, levando à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais. O risco de má oclusão dentária em crianças que utilizam chupetas pode chegar a duas vezes em relação aos que não usam. 4 - Temos ainda prejuízos respiratórios importantes, levando a uma expiração prolongada, reduzindo a saturação de oxigênio e a frequência respiratória. A respiração acaba ficando mais frequente pela boca (respiração oral), o que piora a elevação do palato (céu da boca), diminuindo o espaço aéreo dos seios da face e provocando desvio do septo nasal. A respiração oral leva à diminuição da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries. Como a respiração nasal tem a função de aquecer, umidificar e purificar o ar inalado e isto não ocorre de forma adequada na respiração oral, temos maiores chances de irritações da orofaringe, laringe e pulmões, que passam a receber um ar frio, seco e não filtrado adequadamente.
5 - Outras consequências da respiração oral são: as infecções de ouvido, rinites e amigdalites.
6 - O uso de chupetas também está associado a maior chance de candidíase oral (sapinho) e verminoses, já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada.
7 - Na confecção de bicos e chupetas temos o uso de materiais possivelmente carcinogênicos (N-nitrosaminas) que ainda carecem de estudos mais aprofundados.
8 - Com relação à morte súbita, a mesma é definida como uma morte inesperada de crianças menores de 1 ano de idade, com pico entre 2 e 3 meses, que permanece inexplicada após extensa investigação, incluindo história clínica, necropsia completa e revisão do local do óbito. Portanto é uma situação em que até o momento não sabemos qual é a verdadeira causa. Existem muitas críticas sobre as metodologias utilizadas nestes estudos, o que enfraqueceria em muito e tornaria no mínimo precoce a argumentação de que a chupeta seria um possível protetor da morte súbita. Apesar de ser uma indicação oficial da AAP, esta opinião não é compartilhada por importantes órgãos como o MS (Ministério da Saúde do Brasil – área técnica da criança e do aleitamento materno), OMS, UNICEF, WABA (ONG internacional que promove a semana mundial da amamentação) e IBFAN (Rede Mundial que luta pelas leis que normatizam a propaganda de alimentos que podem prejudicar a instalação e manutenção do AM), que entendem ser necessária a realização de mais estudos sobre este assunto controverso.
9 - Por fim, vale destacar que um estudo de revisão, multidisciplinar, publicado no Jornal de Pediatria em 2009, buscou na literatura prós e contras o uso de chupeta e chegou à conclusão final de que foram encontrados mais efeitos deletérios do que benéficos
Fonte:
http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=77&content=detalhe