Dia 03/05, meu avô Joaquim, minha jóia mais rara faleceu...
Achei que com o passar dos dias, seria mais fácil escrever sobre ele, colocar aqui palavras bonitas que fizessem valer minha homenagem. Mas não está sendo nada fácil.
É dolorido pensar que não tenho mais aquele rosto pra beijar, e aquele cabelo pra carinho fazer...
Muitos podem pensar, "descansou, viveu muito, sorte que ainda o tinha, já estava doente"...
A morte me parece uma incógnita. Apesar de entender muito sobre como ela acontece, é mais fácil aceita-la quando não é em alguém meu.
Sinto falta das palavras, do olhar, das mãos...
Lembro do dia em que me deu um carrinho de boneca, ele fechava, parecia de verdade...
Lembro do dia em que me levou pra ver tia Maria, e eu vomitei o ônibus inteiro, mudamos de banco para não acharem que fomos nós rs
Lembro das paradas no Rui, todos os dias antes da escola. Comi tanto salgadinho com o senhor...
Lembro das cabanas que montávamos na sala com as cobertas da vó...
Das massagens que fazia nos meus pés...
Lembro de como elogiava meu cabelo...
Lembro de tantas coisas, e foram tantas e tantas que não caberiam aqui. Eu amava e ainda amo cada detalhe seu. Cada pedacinho, cada fala enrolada que eu amava decifrar.
Me apoiou muito! Me fez ser quem sou hoje.
Tenho apenas que agradecer, por ter partilhado comigo dos meus maiores sonhos em me formar como enfermeira, ser gerontóloga, me casar e ter um filho. Agradeço muito a Deus por permitido que o senhor pudesse ver isso.
Por fim, palavras muitas não dirão o que estou sentindo...
Acho que apenas a letra dessa música, pode descrever o que sinto pelo senhor Vô. Música do CD que o senhor me deu!
Obrigada por ter feito parte da minha vida!!!
Te amo pra sempre
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A Voz do Velho
Gian e Giovani
A gente quando é jovem não enxerga As coisas que a vida quer mostrar A gente quando é jovem não aceita Os conselhos que os mais velhos querem dar A gente quando é jovem acredita Que o mais velho tem a mente ultrapassada Depois o tempo passa vem a dúvida Quando tem que andar sozinho pela estrada
Se eu pudesse escutar a voz do velho Se eu pudesse perguntar o que fazer Mas o velho se calou e foi embora E não pode mais voltar pra responder
Que falta tem me feito a voz do velho Agora não me canso de dizer E o tempo não tem jeito de voltar Agora não adianta arrepender A gente quando é jovem não espera Encontrar as curvas mal sinalizadas E às vezes sem querer erra o caminho Quando a bate a solidão na encruzilhada
Se eu pudesse escutar a voz do velho Se eu pudesse perguntar o que fazer Mas o velho se calou e foi embora E não pode mais voltar pra responder