Por Anneliese Lawton
Depois que meus filhos nasceram, houveram compromissos.
Para verificar a pega.
Para verificar seu peso.
Para verificar sua audição.
Para verificar a cor da pele para sinais de icterícia.
Houveram compromissos.
Foram cutucadas frequentes.
Seu bem-estar veio à frente de tudo.
Eu diria que, quando se trata de nosso sistema de saúde, eles foram bem cuidados.
Então havia eu.
Uma mãe pela primeira vez, sem pista alguma.
Engordado, sangrando e costurada.
Mandada para casa com alguns analgésicos e laxantes.
Lançada pra dentro da maternidade, armada com os meus instintos.
Que eu saberia como lidar com cólicas e mamadas tarde da noite.
Que a amamentação viria como a natureza pretendia.
Que meu marido sentiria meu caminho para a depressão.
Que eu saiba viver no meu corpo novo e, além disso, muito estranho.
Que essa fome não me faria sentir um monstro.
E minha mente não me faria sentir menos do que eles mereciam.
Ninguém me cutucou.
Ninguém estimulou.
Ninguém verificou meus pontos, minha recuperação ou minha sanidade até oito semanas após o parto.
E mesmo assim, foi um tapinha nas costas que recebi e fui mandada embora.
Nosso mundo se esquece das mães.
Nós escorregamos pelas rachaduras.
Nós nos tornamos um som de fundo.
E nisso aprendemos nosso papel… nosso lugar em nossa unidade familiar… para, enfim, às vezes chegar por último.
Gente, não podemos colocar as mães por último.
Nossos bebês precisam de nós.
Para crescerem saudáveis.
Saber que somos dignas.
Saber que a maternidade, embora natural, pode às vezes parecer o papel menos natural em nossa vida.
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E isso merece atenção.
Essas mães merecem atenção.
Precisamos de um mundo nosso para discutir sobre os dez dedos da mão e os dez dedos do pé.
Portanto nós precisamos ser vistas.
Nós precisamos ser ouvidas.
Precisamos de alguém, não só para perguntar se estamos bem, mas para verificar isso de tempos em tempos, só para ter certeza.
Nós não somos apenas um útero.
Enfim, nós não somos apenas uma tábua de salvação para uma alma nova e preciosa.
Nós somos mães.
E, por isso, precisamos de alguém para nos certificarmos de que estamos bem também
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